O texto trata o assunto do aprendizado da leitura e da escrita da perspectiva da visão da criança que está aprendendo. Através de pergunta, resolução de problemas o texto discorre na forma como as crianças irão assimilar as informações e construir o conhecimento na área da linguagem escrita. É falado também de como a criança desenvolve uma organização sobre o material gráfico, sobre os nomes e até mesmo a parte escrita.
Interessante como os professores verificam algumas formas gerais comuns de construções iniciais da escrita pelas crianças. Por exemplo, na construção do nome próprio, muitas crianças começam escrevendo da direita para esquerda e fazendo uma leitura de segmentação silábica. O que já irá causar um conflito para criança, já que ela vai perceber que está escrevendo diferente da segmentação da leitura que fará.
Esse conflito é nitidamente percebido quando é pedido pelo professor para fazer uma leitura com o dedo. A partir daí, a própria criança tenta arranjar alternativas para preencher as lacunas desse conflito, seja prolongando a emissão oral quando faz a leitura, diminuindo a quantidade de letras, etc.
É apresentado no texto hipóteses infantis usadas pelas crianças, onde o autor traduz em linguagem adulta, onde o autor coloca alguns problemas cognitivos das crianças.
As crianças reconhecem a escrita como as que “são para ler” e elaboram formas próprias na distribuição de letras, combinações, para “ensaiar” uma escrita.
É muito interessante observar as hipóteses das crianças sobre a escrita, pois não são transmitidas pelos professores muitas vezes e nem podem ser observadas no material gráfico.
Quando a criança percebe que há algo escrito, a próxima pergunta a ser feita é: “aqui diz alguma coisa?”. O que irá contribuir para que ela perceba que a escrita não é somente um conjunto de símbolos e sim possui um significado lingüístico.
No início as crianças acreditam que a escrita quer dizer nomes de objetos e de pessoas, ou seja, para elas o que está escrito serve para dizer o nome das coisas. E a partir das hipóteses que fazem sobre os nomes das coisas, elas começam a distinguir entre nomes de substantivos comuns e nomes próprios. Claro que tudo isso é analisado através de questões colocadas pelos professores, não verificadas por elas com intencionalidade de dizer a diferença.
Interessante também como nos identificamos e lembramos que essas construções fizeram parte de nossas próprias vidas, pelo que consegue-se lembrar é possível ainda nos identificar em determinadas situações. Por exemplo, as crianças não percebem a importância dos espaços em branco na escrita. Podemos lembrar ou verificar através de outras crianças, a forma contínuas das sua tentativas de se expressar na escrita, onde muitas vezes um conjuntos de letras, pode ser uma palavra ou frase.
Mais tarde as crianças além de perceber que estão escritos nomes, percebem que estão escritos também palavras correspondentes as ações e depois virão os artigos, preposições,etc.
O autor comenta que as crianças percebem primeiro as vocais, isso por que são elas as mais percebidas oralmente isoladamente, ou seja, tem som, mesmo isoladas. E repetindo para si mesmas as palavras descobrem as sílabas.
Muitos autores dizem que as crianças distinguem desde muito cedo a linguagem escrita e a oral, esta última utilizam-na para seus textos.Elas também tem uma certa tendência de organização gráfica do texto.
Fundamentalmente as palavras são para elas o que fica isoladamente entre os espaços em branco,como dito antes, estes não tem importância para elas.
Falando agora um pouco sobre concepção de escrita, tradicionalmente a definidos como um código gráfico de transcrição dos sons da fala. Mas o processo da escrita não é apenas um trabalho de decodificação. Mas muitos têm já reagido a essa concepção e dito que esse sistema de representação (a escrita), é uma longa construção histórico social.
A orientação mais comum que se tem é que a criança deve aprender primeiramente a parte de decodificar até saber lidar com o código, como saber “para que serve”, em fim fazer parte com sua compreensão. Em outras palavras, separando o processo entre “aprender a lê” e “entender o que se lê”.
Importante destacar que a leitura e a escrita não são aprendizados exclusivos da escola. Os meninos e meninas não são passivos, não só copiam, não só esperam à hora de ir ao colégio.
O nível de contato da escrita anterior à escola, irá depender do ambiente em que a criança está inserida. Quanto maior o contato precoce com a escrita e quanto maior a percepção por parte dos pais da intencionalidade comunicativa da criança, mais rápido é seu desenvolvimento na escrita.
As situações da escrita acontecem na vida real, até por ser ela um objeto cultural e suas funções também devem fazer parte da aprendizagem no ensino de leitura e escrita.
Por isso, os materiais e atividades devem ser compatíveis com as experiências e hipóteses das crianças. Por exemplo, um ditado de palavras com o mero objetivo de analisar letras isoladas, vão atrapalhar a evolução de uma criança que está tentando entender como é e para que serve a escrita, por exemplo.
Percebemos então que todo este capítulo tenta compreender o processo evolutivo de aprendizagem da criança na área da escrita e de leitura, a fim de melhor perceber esse processo e fazer com que as práticas educacionais sejam compatíveis com suas experiências.
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