segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Texto:"O Projeto político-pedagógico da escola na perspectiva de uma educação para cidadania"- Moacir Gadotti

O texto no primeiro parágrafo página 2, fala sobre o projeto político-pedagógico tornar-se instituinte. Tal colocação é de fundamental importânci já que há uma acomodação muito grande por parte de muitos profissionais em deixar o que já está instituído permanecer.
É necessário agitação para fazer mudanças quando necessárias, em prol de um projeto mais vivo, mais ligado à realidade e que possa realmente interferir na mesma.
O cenário escolar é marcado fortemente pelas diversidades, por que além se tratar de um ambiente que pode e deve abrigar diversas pessoas, diversas particularidades, também agora mais do que nunca abriga diversas culturas. Por esse e outros motivos, a escola é resultado de suas próprias contradições e evolução, por isso é impossível saber exatamente qual será o resultado do projeto. Ao invés da pretensão de achar que o projeto irá cobrir toda e qualquer situação que vier a surgir na rotina da escola, é ecessário que haja maior flexibilidade, criatividade, diálogo para complementar o projeto quando necessário e modificá-lo sempre que preciso.A nossa educação multicultural necessecita também de uma pluraridade de projetos.
Por esses motivos não há como existir um padrão de projeto para orientar as escolas, cada um deve ser criado e modificado de acordo com as especificidades de cada escola.
O ambiente escolar deve ser dotado de autonomia e gestão democrática, pois esses fatores devem fazer parte do próprio ato pedagógico.
O texto cita duas razões para justificar a implantação de um processo de gestão democrática na escola pública:
1ª A escola deve formar para cidadania, por isso a prática da democracia deve fazer parte do cotidiano da escola, pois esta está a serviço de algo bem maior que ela mesma, os indivíduos e o mundo que o cerca.
2ª Também por que esse tipo de gestão promove melhora no próprio funcionamento da escola, como diz o texto:"o que é específico da escola", o seu ensino. Pois dessa forma os atores que delam fazem parte terão um contato mais próximo, aprendendo mútuamente e notando mais rapidamente suas necessidades.
O texto relata como o aluno deve ser parte atuante da escola e não"mero cliente" da mesma, muito relevante pois o aluno deve ser sujeito da sua aprendizagem e isso ocorre a partir do momento que ele cria sua identidade na escola, interage com os que o instruem, com os colegas, etc. Esse aluno através dessa participação ativa tem maiores chances de adquirir um conhecimento mais profundo, pois ele mesmo também o construirá.
Há várias limitações à implementação de um processo democrático na escola, mas o projeto depende sobretudo de ousadia por parte dos seus agentes e da própria escola.
Todo projeto pode gerar rupturas mas é preciso coragem para atravessar a instabilidade em busca de uma melhoria do projeto político-pedagógico.
Como o texto diz, muito da acomodação dos agentes da escola e da escola em sim, em não mudar ou não colocar em prática de fato um projeto inovador, é por não acharem que as forças políticas "de cima" mudarão ou se empenharão com a causa mas elas dificilmente mudaraão mesmo, se não houver pressão "dos de baixo", se não houver uma coscientização e formação cívica coletiva.
Talvez por não ainda conseguir montar a democracia realmente, nas ecolas e também por ser o nosso sistema educacional burocrático e ineficiente, surgiu a "escola cidadã" e seus eixos norteadores são: Integração entre educação e cultura, escola e comunidade, democratização nas relações de poder dentro da escola, enfrentamento da questão da repentência, avaliação, implementação da visão interdisciplinar e transdiciplinar e a formação permanente dos educadores.
Na verdade, essa deve ser uma maneira de "remediar" e adiantar a nossa educação pública enquanto a educação pública democrática, com os mesmos objetivos não chega.
Terminarei os comentários sobre esse texto, citando o 3º item que a autora coloca na última página, de uma das lições sobre os ideais de uma escola pública popular e diz: "A educação para todos supõe todos pela educação".
É muito interessante esta frase mesmo que simples, pois não é possível a escola que tanto idealizamos sem a participação conjunta, sem o interesse e conscientização mútua dos agentes da instituição e de todos os outros que fazem parte da rede educacional.
Podemos fazer pequenas mudanças sempre mas não podemos esquecer o sonho de uma grande mudança!

texto: "Inovações e projeto político-pegagógico: Uma relação regulatória ou emancipatória?" - Ilma Passos Alencastro Veiga

O texto compara dois significados de inovação de PPP: a ação regulatória ou técnica e a ação emancipatória ou edificante.
Quanto a inovação regulatória, esta trata-se de um conjunto de atividades com o objetivo de gerar um produto(PPP), O entendendo como documento pronto e acabado.
Já na perspectiva emancipatória, a inovação e o PPP estão articulados. Isto por que o processo de formulação do projeto não fecha completamente, esta é construída mas mantém abertura constante para ser interferido e interferir nas mudanças do cotidiano.
Na inovação regulatória,sua aplicação também é técnica, sendo assim proporcionará o fortalecimento de uma "racionalidade científica que continua respondendo as questões do nosso tempo, de acordo com os moldes das políticas públicas que se enquadram nessa lógica".
Esse tipo de inovação não reconhece a força das relações entre o instucional e o social mais amplo. Tal pensamento acaba por não gerar um PPP totalmente novo e sim a perpetuação do que já foi instituído.
A inovação técnica caracteriza-se pela padronização, uniformidade e pelo controle burocrático.
Este tipo de projeto está concebido como instrumento de controle, pois está atrelado a mecanismos operacionais, técnicas, manobras e estratégias. Nesse pensamento a instrução sofre burocratização, transformando-se "em mera cumpridora de normas técnicas e mecanismos de regulação convergentes e dominadores"
A inovação emancipatória opõe-se à formas instituídas e mecanismos de poder. Tais inovações realizam-se na prática cotidiana, realizam-se junto ao processo de construção/implementação dos projetos pedagógicos.
A inovação emancipatória deve levar as pessoas e as instituições para mentalidade crítica emancipatória. Portanto, não será apenas um enunciado de principios e de boas intenções.
A inovação emancipatória é de natureza ético-social e cognitivo-instrumental, está envolvida em um contexto social mais amplo.
Esta inovação pretende superar a reprodução acrítica, a rotina, a racionalidade técnica. O processo edificante enfatiza mais o processo e a construção.
A escola não apenas reproduz as relações sociais e os valores dominates. Ela também é cenário de confronto, resistência e proposição de inovações.
Por esses motivos principalmente, a mudança é dificultada, porém é preciso apostar em novos valores,deixar de propor tudo aquilo que está errôneamente já estabelecido, com a padronização. Devemos propor a singularidade, autonomia ao invés da depedencia, coletividade e participação ao invés do individualismo.
O PPP através da inovação emancipatória deve potencializar o trabalho colaborativo, o projeto como objetivo comum e ao mesmo tempo concretizar o rompimento com as atuais formas de organização de trabalho e funcionamento das instituições.

Comentando o texto: "Os desafios da construção, implementação e avaliação do projeto político-pedagógico na educação infantil.

Esse texto tem como objetivo central discorrer sobre a importância do PPP na educação infantil bem como ressaltar antes de mais nada a identidade da escola.
Vale ressaltar quando o texto nos diz que no PPP deve imperar a necessidade de mudanças, na maneira de pensar e agir em educação e que para isto também deverá integrar-se à escola, as famílias e a comunidade como todo.
Com relação ao parágrafo acima devemos notar realmente a fundamental importância de "tratar a raiz do problema" ou seja, rever como se vem pensando educação, mudar pensamentos pré-estabelecidos para mudar as ações.
A partir da Constituição de 1988 a educação infantil passou a ter mais relevância nas políticas públicas e a ser percebida como um direito da criança. Sendo assim, começou haver uma preocupação acerca do seu desenvolvimento e a entendê-la como ser histórico e cultural.
Um pensamento importante que destaco do texto sobre o desenvolvmento da criança, esse deve ser trabalhado integralmente e não separadamente. Isto é, desenvolver o físico, o cognitivo, o psicossocial,de forma conjunta.
A escola deve promover as relações sociais, assim a criança terá oportunidades espontâneas de aprender a respeitar diversidades, desenvolver seus próprios interesses. Através das relações sociais a criança poderá desenvolver-se integralmente.
Esse momento da infancia torna-se ainda mais relevante se a escola articular meios para desenvolver "a autonomia, a criticidade, a construção da identidade da criança, onde elas devem ser valorizadas em sua cultura e em seu contexto bio-psico-social".
Senso a escola parte fundamental para construção do "eu" da criança e da identidade deste perante o mundo, as ações do saber pedagógico devem estar focadas nesse sentido.
Interessante quando o texto relata:"[...]É imprescindível, portanto que a escola instigue constantemente a curiosidade do educando em vez de 'amaciá-la' ou 'domesticá-la'".
Este pensamento relatado acima não está distante da rotina de inúmeros professores. Muitos podam a curiosidade natural da ciança por não acharem relevante ou por outros motivos. Depois, ainda reclamam da falta de interesse dos seus alunos.
Voltando ao sentido de PPP, este é político por que envolve além dos alunos, a escola, os professores, o meio onde todos esses integrantes vivem e com quem vivem. Além de envolver a comunidade deve ter a preocupação de tornar suas relações melhores.
O PPP deve possuir eixos norteadores que sirviram de alicerces " as intenções e ações político-pedagógicas da escola".
Para um PPP realmente vigorar, este requer "continuidade, reestruturação, reavaliação,democratização".
Veiga(1995,p.33) é sitado com o trecho: "É preciso entender o projeto político-pedagógico da escola como uma reflexão do seu cotidiano[...]".
Neste trecho, fica claro o que deve ser o PPP, um projeto que interage como o cotidiano da própria escola e comunidade. Deverá ter como objetivo central o aprendizado significativo, as relações sociais e a melhoria das mesmas.
Para que o documento do PPP seja criado há etapas fundamentais para serem vivenciadas e este, depois de criado não permanece estático, deve ser sempre passível de mudanças. Os integrantes da comunidade escolar devem "quebrar" com a estrutura pré-organizada da instituição para gerar tais mudanças.
Entre os mecanismos articuladores da escola, o gestor deve estar como peça fundamental, com a responsabilidade do desafio constante que é o PPP.
Para fechar as considerações, vale lembrar que o PPP deve ser constantemente avaliado e que este deve preparar para que todos tenham a mesma qualidade de educação.

sábado, 23 de janeiro de 2010

Texto: "Experiencia de Sobral - CE"

A apresentação começa relatando sobre a busca de escolas públicas, onde experiências estivessem sendo colocadas em prática e realmente gerando resultados.
Os pesquisadores então se depararam com o caso de Sobral, uma cidade localizada no semi-árido Cearense. Lá eles registraram o que eles buscavam e chamaram de " boas práticas na educação".
Tal caso, mesmo pertencendo a uma região com tantas dificuldades, como muitas no Brasil e com poucos recursos financeiros, ainda sim estavam de fato promovendo mudanças sistêmicas na gestão educacional. Os gestores diagnosticam os problemas e trabalham para organizar formar de solucionar o problema. Na rede educacional de Sobral realmente ocorre uma mudança na estrutura, o que nos parece tão difícil construir.
Um último fator é a política de lá que tem prioridade absoluta na educação, a poítica municipal.
Um dos pontos em destaque, no caso de Sobral é a centralidade da criança na escola, pois esta é feita "por ela e para ela", como diz o próprio texto.
Como comenta um professor de Sobral a criança já tem um ambiente familiar de pessoas pouco ou nada letradas, são crianças pobres ou miseráveis que não tem onde aprender, a não na escola. E o que parece ser o pensamento dominante nas escolas deste local é que é na escola mesmo o lugar que a criança deve aprender, pois os professores vêem como responsabilidade deles.
Muito admirável a atitude, quando o que ocorre muitas vezes em situações bem melhores ou menos piores, professores se preocupam mais em culpar o ambiente e/ou a família do aluno pelo seu fracasso escolar.
É claro que toda mudança na estrutura dessa rede de educação teve iniciativa política e administrativa, em prol de uma educação pública de qualidade. Sobral provou também que é possível deixar de fora as influências dos "arranjos políticos", fato também difícil de imaginarmos.
Um dos pesquisadores relata que viu inúmeras atitudes de uma educação com boas práticas, como por exemplo, reforço de aulas, aula de inglês dada por uma professora numa iniciativa própria, trabalhos de alunos expostos e valorizados, integração de alunos deficientes. Tudo isso esforço não só político mas atitudes geradas pela comunidade escolar, professores, direção,etc. Unidos em torno de um objetivo comum: A educação de qualidade para todos. E além dos fatores já destacados, não pode ficar de fora uma gestão transparente é um ótimo ponto a ser destacado.
O caso de Sobral não significa um caso acabado e perfeito, há inúmeras mudanças a serem feitas. Mas o importante disto, é a própria rede não se acomodar e saber que metas precisam ser traçadas e objetivos alcançados. E o que chamou tanta atenção, a imensa vontade e união participativa dos integrantes desta rede, deverá ela ser um exemplo para todo Brasil.
Exemplo por que consegue vencer todos os dias uma situação precária, consegue no mínimo atitudes para mover-se e trabalhar formas positivas de melhoria da educação e, pode de fato fazer a diferença.