Rio de Janeiro, 29 de abril de 2009.
Queridos visitantes do meu blog, gostaria de relatar aqui um pouco de mim mesmo, do meu estilo de vida em relação as minhas produções textuais.
Na minha fase dos doze aos dezesseis anos mais ou menos eu produzia inúmeros textos, sem qualquer tipologia definida ou finalidade clara, nem mesmo poderia ser considerado um diário.
Escrevia como se alguém fosse um dia realmente ler, mas do que alguém, como se muitas pessoas pudessem de alguma forma apreciar...
Como gostava de música, cheguei a pensar em dar som a tais letras escritas em cadernos e folhas soltas, mas cancelei minhas aulas de teclado, comecei a namorar e deixei todo aquele mundo escrito pra trás, aquele que parecia o único a escutar minhas incompreensões, minhas visões de mundo, muito maiores do que uma colega minha aos doze poderia ouvir...Parecia
suprir sobre tudo mesmo que faltava, tudo mesmo que sonhava.
Dessa forma, a escrita foi pra mim significante. Tanto que ao viajar para algum lugar eu tinha que levar e deixar à mão caneta e papel, isto por que poderia surgir um momento de inspiração do nada, olhando uma paisagem, escutando uma frase que me levasse a outros pensamentos maiores, enfim...Mais parecia que havia uma enorme necessidade de registrar linhas de raciocínio para que não fossem perdidas, eram composições indispensáveis do meu eu.
Cheguei a dar cartas a algumas poucas pessoas que tinha enorme carinho, como por exemplo dois amigos meus.
Após lerem a carta, um deles me ligou e perguntou: "Foi você mesma quem escreveu ?!"
Eu disse que tinha sido eu mesma, com exeção de uma frase no final do Renato Russo, mas ele disse que disso já sabia. Os meus dois amigos falaram que acharam lindo, tanto que queriam dividir a carta em duas mas claro, não foi possível!
Depois vieram as formalizações da escrita para minha vida e até hoje quase nada sei, não mesmo! O que acaba inibindo o que talvez poderia ser melhor sem o medo de errar, sem o medo de não ser entendida, coesa, coerente...Tantos factores que devo me aprofundar e muito para que minhas produções textuais sejam novamente tão boas quanto meus pensamentos inspirados, consigam retornar a amplitude dos meus sonhos.
Agradeço essa visita e a leitura da minha primeira carta. Faço minha despedida com a célebre frase...
"Por que eu sou do tamanho do que vejo
E não do tamanho da minha altura..."(Fernando Pessoa)
Viviane Lins